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No ano de 2021 eu consegui cumprir a meta de leitura de 40 livros que coloquei no Goodreads no começo do ano.
Um pouco mais de 1/3 dessas leituras foram quadrinhos (39%), é um formato que comecei a consumir nos últimos 2 anos, foi uma descoberta, para mim, saber que existem quadrinhos que não são de heróis, nem infantis, nem coletâneas de tirinhas. Ignorância totalmente minha, felizmente extinta. É um formato muito foda e diverso, e como eu não sabia que existia, tem muitos anos de produção, clássicos e etc, que eu não tenho a menor ideia sobre o que é, como é, e etc, o que faz da experiência ainda melhor.
Entre os livros técnicos (41% das leituras), o tema mais comum foi carreira. Inclusive, um dos melhores que li no ano é desse tema. Já os mais focados em programação foram majoritariamente sobre Javascript, parte da série You don't know JS yet.
O melhor livro que eu li esse ano foi Duna. Eu não sabia nada sobre ele, tinha visto algumas pessoas comentando por conta do filme que estava em cartaz, mas não sabia nada do universo, da história e etc. Fui em uma livraria, e, sempre que entro em uma livraria sinto uma obrigação moral de comprar algum livro baseado na tristeza de tantas estarem passando por problemas financeiros e fechando. Só queria algo garantido, "Preciso de algo que seja certeza que eu vá gostar"! Duna pareceu uma opção segura: ficção e relevante o suficiente para ser adaptado para o cinema e tal.
Gente, é simplesmente incrível, o mergulho na cultura de um povo é algo que qualquer obra que tiver vai me ganhar. Óbvio que a ação, os conflitos e etc são bons também, mas o que me ganhou foi definitivamente a apresentação do povo Fremen. Acredito que o primeiro livro é suficiente, no sentido de que mesmo que você não queira embarcar numa série de duas trilogias, mais alguns extras escritos pelo filho do autor, vale a pena ler apenas o primeiro. Ele abre novas pontas para a continuação, mas ele fecha pontas suficientes para ser ok ler só ele. E é no primeiro toda a apresentação do universo e das culturas que é o que eu acho a melhor parte. Contudo, eu gostei o bastante para encarar a série toda, nesse momento estou na metade do segundo, Messiah.
Foi um ano de mudança de emprego, e, antes dessa mudança, rolou muita reflexão sobre a própria carreira. O livro que mais me ajudou e considero o melhor que li esse ano, entre os técnicos foi o The Coding Career Handbook. Guides, Principles, Strategies, and Tactics – from Code Newbie to Senior Dev. É uma visão geral de carreira, da entrada na área até a evolução, os caminhos possíveis, entre outras coisas, vale muito a pena. Tem algumas coisas bem ignoráveis tipo pensamento de segunda ordem e etc, mas é uma enciclopédia da área, então dá pra relevar algumas baboseiras que entraram hahaha O livro aborda muitos assuntos, como dá pra imaginar, e acho que é algo que vale guardar para consultar de vez em quando, reler algumas partes dependendo do momento que tiver passando na carreira e etc. Outro ponto positivo é que o livro não é auto-centrado, tem muitas indicações de conteúdo de outros criadores, então provávelmente qualquer tópico abordado lá que você queira se aprofundar, vai ter uma certa curadoria inicial já.
Entre os tópicos abordados, um deles é a participação em processos seletivos, como se preparar e etc, para uma visão mais detalhada, li esse ano também, indico o Cracking the Tech Career: Insider Advice on Landing a Job at Google, Microsoft, Apple, or any Top Tech Company, ainda que não seja do seu interesse entrar em uma das Big Tech, a preparação proposta é bem robusta, dá pra adaptar e aproveitar bem as dicas.
Guarani: A Terra Sem Mal
O melhor quadrinho que eu li esse ano acredito que foi Guarani: A Terra Sem Mal. O quadrinho reconta o final da guerra entre Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai de um ponto de vista inesperado, um fotógrafo francês sem intenção alguma de trombar a guerra. Acho que essa união de fatores, ponto de vista inesperado e história latino americana foi o que me conquistou, e, claro, o desenho é maravilhoso.